segunda-feira, novembro 10, 2008

Trucidados

Não tarda nada seremos de facto trucidados. O maior problema, é que a falta de jeito, escondida atrás de uma aura sebastiânica, está mais do que identificada e bem estudada.
Mas por certo quem faz essas análises faz parte dos "míseros" votos que não contam.
A insatisfação pela forma obtusa e incompetente como se mexe na administração pública, reforma-se, para usar o vernáculo politiquês que está na moda, deverá ir direitinha para os manuais de gestão. Como um caso estudo negativo e que deverá deixar graves amargos de boca para quem tiver de compor os cacos destas "reformas".
Podem ler aqui mais uma opinião que desmonta esta "má" opção na gestão da reforma, mas eu reproduzo aqui os pontos principais:

"(1) o discurso do combate aos supostos grupos de interesse assenta no pressuposto de que o oportunismo egoísta é o padrão de comportamento dominante nas organizações públicas;
(2) este discurso, sobretudo quando é vertido em sistemas de avaliação e de monitorização, tende a ter efeitos perversos: «os sistemas de gestão que pressupõem o oportunismo generalizado acabam por estimular o tipo de comportamento que visam combater»;
(3) a mobilização das motivações intrínsecas dos profissionais - por exemplo, na área da educação -, essencial para um bom desempenho, é bloqueada pela obsessão com o controlo burocrático por parte de quem não concebe a possibilidade da cooperação autónoma para atingir objectivos de interesse público;
(4) gera-se uma mentalidade dirigista que assume que o centro político tem todas as soluções e que se trata apenas de as impor com voluntarismo combativo de cima para baixo;
(5) o conhecimento dos profissionais é desvalorizado e não é incorporado no desenho das nova soluções."

No bom vernáculo português, trucidado traduz-se em " come e cala-te".

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