sexta-feira, setembro 30, 2011

Algar do Moinho de Pau e BMs, Montejunto

Montejunto é como aqueles livros e filmes que temos na cabeceira da cama, que estão sempre disponíveis quando não existe outro programa mais exótico.
A serra possui um conjunto muito interessante de cavidades e de vez em quando divertimo-nos a explorar e a espreitar buracos, sempre que obtemos coordenadas novas.

Desta vez o programa incluía a descida do Algar do Moinho de Pau, um "bis" e que se revelou a vertical mais fácil que já fiz. Mesmo com desviadores e protectores de corda a meio, foi a primeira vez que fiz uma vertical ficando com a sensação de que estava capaz de continuar por ali fora. De facto, como em tudo, a prática é a melhor maneira de adquirir competência.

O Algar tem um poço de entrada de cerca de 30m (talvez menos ...) quase directo (é necessário colocar um desviador), que nos deposita no cimo de um cone de detritos de grande dimensão. Podemos circular por uma sala de dimensões razoáveis mas não existem grandes desenvolvimentos nem espeleotemas para observar.

Os Buracos Mineiros (BM1, BM2 e BM3), situam-se perto de ..... Já os tinhamos visitado anteriormente com resultados muito diferentes: O BM1, que até tem uma escada para se aceder ao seu interior (e uma geocache) foi explorado em todos os seus recantos. O BM2 só deu para espreitar, já que era sempre a descer e sem o conhecermos achamos melhor não nos aventurarmos mais. O BM3 não o encontramos.

Desta vez levamos reforços, o Gonçalo e a Sofia, da ...... que conheciam bem quer o desenvolvimento do BM2, quer a localização do BM3.

O BM2 é uma galeria estreita de desenvolvimento vertical, sinuoso, que se desce muito bem, em toda a sua extensão, em oposição. Desemboca numa sala com argilas à profundidade (estimada) de 40m e fornece um bom exercício de contorcionismo.

No BM3 deixei pele, literalmente. É uma cavidade pequena, com um desenvolvimento de 12m e não mais de 6m de profundidade máxima. Após a entrada, possui uma passagem bem estreita (baixa), que o Nuno (eheh) não conseguiu ultrapassar e que eu, com a ajuda da nossa amiga gravidade, passei bem.
O pior foi a subida. Deitado de costas, com o nariz a tocar o tecto, sem capacete, com o Tikka de reserva, não conseguia encontrar a geometria exacta para fazer passar o tronco. Como as pernas (e o resto) não podiam lá ficar, decidi após quase meia hora de stress, voltar para baixo e despir o fato.
Foi remédio santo. Aqueles mm a menos no peito foram suficientes para passar à primeira. Mas esses mesmos mm fizeram-me muita falta nas costas. O resultado são umas belas escoriações.


BM3. As pernas já passaram ...

BM3. Na sala terminal, revestida de calcite coralóide

BM3. Detalhe das formações na sala terminal.

1 comentário:

stegaster disse...

foi um belo dia de exploracao dedicado aos buraquinhos apertados.