Diz que é um clássico. Seja como for, este é um daqueles destinos para os quais existe muita informação prévia.
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in Thomas, C. (1985) Grottes et Algares du Portugal. |
Para além a descrição da exploração em Thomas, C. (1985), existem muitas fontes com fotos e textos (aqui exploração de um grupo inglês; aqui a génese do NALGA e até mesmo aqui). No seu conjunto permitem, alguma previsão do que se vai encontrar. A equipa era composto por cinco elementos, eu, o Nuno e Gonçalo (que se responsabilizaram pela equipagem - mais uma vez bem feita diga-se de passagem) e ainda o Tiago e a Silvia.
A passagem no P15 seguinte impressiona pela presença de blocos entalados ao longo da parede do poço e que parecem estar em periclitante equilíbrio. Esta visão tornar-se-à uma constante em diversos locais da diaclase que percorremos.
No final da sala do P15 a primeira surpresa.
O rio que corre normalmente neste local, que alimenta as nascentes do rio Lena, alguns km a Norte, estava parado. De tal forma que por mim teria seguido pela galeria da direita, já que de acordo com o que pude observar estava sequinha. Uma observação mais atenta mostrou que estava era cheia de água, tão limpida e imóvel, que quase não se percebia a sua existência ... só depois de lhe colocar um joelho em cima.
Meandro de acesso à cascata |
Polémicas à parte enfiamo-nos pelo meandro que acede à cascata, que tinha água em poças límpidas (que diferença em relação ao Mindinho) e que não colocava quaisquer dificuldades na progressão. Deve ser engraçado passar ali com um volume de água maiorzinho.
Detalhe da galeria fóssil. |
Neste local a diaclase é bem generosa. São pelo menos 3 m de largura e uns bons 15m de altura de paredes lisas e muitos blocos, de grandes dimensões, entalados em vários níveis. De acordo com o Gonçalo, esta sala pode tornar-se um lago com cerca de 80cm de altura. Mais uma razão para lá voltar.
Progressão na galeria fóssil |
Já não fizemos a descida da cascata e muito menos a exploração da galeria activa. Esta ultima, pelo facto de a ninguém apetecer uma molha depois de seis horas em gruta, nem que fosse para perturbar as águas.
Por isso fomos logo para o calvário da subida. Eu que pensava já ter a técnica dominada, tive de rever a minha opinião. Não domino nada! Fiquei super surpreendido pela elasticidade da corda. Não estava mesmo nada à espera de tanto balanço e usá-lo a meu favor é coisa que ainda não está ao meu alcance. Por isso os primeiros 10m foram um suplício em que a sensação de não sair do sitio era mais forte do que a sensação de estar a subir. Mas cheguei ao topo, saí e ... esparramei-me logo pelo chão com as pernas e os braços aos gritos a recuperar do esforço. Da próxima vez corre melhor.
Uma visita a repetir.
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