segunda-feira, agosto 20, 2012

Aranhas ... essas malandras

Um dos prazeres de entrar numa gruta é observar a vida aí existente, numa perspectiva lúdica e apenas pelo prazer de observar e registar. Daí as minhas tentativas de criar uma listagem com um registo fotográfico do que observo (sobretudo o que consigo identificar). Tento também acompanhar, de uma forma simples, o que se publica relativamente a esta área da biologia - a bioespeleologia. Podem ler no site do NEUA uma pequena introdução a este ramo do conhecimento.
Entre a bicharada (perdoem-me a simplicidade do termo) que observo com mais frequência estão as aranhas. Normalmente parecem-me todas iguais, mas sei que a diversidade é grande e pode oferecer-nos muitas surpresas interessantes.
De facto, segundo Cardoso, P. (2012), neste artigo publicado no IJS e que podem obter aqui, existem 49 espécies de aranhas troglobiontes na Península Ibérica, das quais 37 são endémicas.

Hmmm espeleólogo será bom?
As aranhas ocupam nos ecossistemas praticamente todos os habitats, sendo predadoras activas com inúmeras estratégias de caça e se estivermos com atenção podemos observá-las muito antes de entrarmos nos algares. Mas as espécies que observamos nas grutas e nos algares são, fruto das especificidades do ambiente cavernícola, muito especiais.

Para os mais distraídos, convém referir que as aranhas não são insectos. Formam uma classe de artropodes muito diversa, que inclui, para além das aranhas, os escorpiões, os ácaros e os pseudoescorpiões (para citar os grupos mais conhecidos).
Praticamente todos conhecemos a Meta bourneti [Araneae, Tetragnathidae] a, aparentemente, espécie de aranha mais comum nas grutas (pelo menos é a que eu observo com mais frequência) e cuja irmã Meta menardii foi precisamente nomeada a aranha do ano 2012.

Deixo aqui uma foto de um exemplar fotografado no Algar das Gralhas do Vale da Pena em Julho deste ano.







Meta bourneti (-6m - zona sem luz)
E se alguém me conseguir identificar a que se segue agradecia. Foi observada na descida do Algar do Vale da Pena, a 8m da superfície.
 
Espécie não identificada. Algar do Vale da Pena (-8m, zona iluminada)

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