terça-feira, outubro 09, 2012

Que grande Quintal!

Do Reguengo à Columbeira. Este fim-de-semana incluía, finalmente, uma saída de campo. O objectivo era participar numa saída do NABUC, um grupo recentemente criado e que tem como zona de estudo o Planalto das Cezaredas. Não foi a minha primeira deslocação às Cezaredas. Já tenho no portfolio a visita às Grutas do Ralis, dos Alfaiates, do Moleiro e a mais uns quantos buracos. 

 
O pessoal do NABUC tem dedicado atenção à exploração e à descoberta de novas cavidades. Foi precisamente para uma dessas, o Algar do Quintal, que nos dirigimos para exploração, desobstrução e topografia. O Algar inicia-se exactamente como o nome indica no Quintal de um dos habitantes de Reguengo, tem uma entrada lindíssima e será descrito em pormenor no site do NABUC. Basta para já dizer que a entrada corresponde a um poço central numa diaclase e que a progressão se faz por galerias que resultam do preenchimento desta fenda com blocos e enchimento de argilas. 
Mas o melhor do dia, seguiu-se no final dos trabalhos e depois de uma ginga no café do Sr. Ismael, onde se reuniu uma pequena tertúlia de espeleólogos. As minis e as gingas soltaram a língua e falou-se de tudo um pouco mas, sobretudo, arranjaram-se forças e vontade para ir desobstruir uma das passagem descobertas pelo Pedro, Nuno e João na véspera na Gruta da Pulga na Columbeira. E assim foi, fomos todos tirar pedra de uma cascalheira. Foi um ver se te avias a retirar blocos pequenos de uma chaminé, cuja base visível desemboca lateralmente na gruta da Pulga (o que permite ir retirando em segurança os calhaus), com muita risada à mistura pois de quando em vez, uma derrocada mais barulhenta provocava um frisson e um certo esgar de medo a quem estava no turno de serviço. 
Gruta da Água
Os três já tinham, no dia anterior, ligado com sucesso a Gruta da Pulga à Gruta da Água e os cálculos da topografia colocavam esta chaminé no prolongamento da base da Fenda da Columbeira.
De facto, fiz uma passagem pelo topo da fenda e já era visivel um abatimento na sua base bem como se ouvia distintamente no topo da fenda o barulho das derrocadas no interior da "chaminé".  Está definida a ligação. Falta limpar e com sorte existe ali um nível de ligação entre as duas cavidades com mais hipóteses de exploração (this is me dreaming).


Gruta da Pulga


A Fenda da Columbeira é uma clássica da espeleologia, muito conhecida na região até porque naquele vale existem inúmeras cavidades, muitas de grande interesse arqueológico. Podem ter uma perspectiva fantástica da fenda nesta imagem 3d do Rui Mergulho
O futuro do NABUC. Grande Duarte!
Devido ao seu fácil acesso é utilizada para treinos, como gruta escola e tem também uma geocache no seu interior [GCP9A4]. Por todos estes aspectos o Vale da Columbeira, que entalha o bordo sul do Vale Tifónico das Caldas da Rainha possui inúmeros motivos de interesse e pode ficar, se estas ligações se tornarem reais, ainda mais importante do ponto de vista espeleológico. Este fim-de-semana trata-se mais um bocado do assunto.






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