quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Algar da Arroteia revisited

A minha 1ª visita à Arroteia deixou marcas. Por isso, desta vez, apesar de ter o curso de nível II no papo e de ter melhorado a técnica de subida, já ia bem preparado mentalmente para a subida final de 47m. Coisa pouca para alguns, mas ainda assim, desafiadora para mim.
Depois de mais de 8 horas de exploração na galeria fóssil e com a adrenalina a subir posso dizer que estou pronto para o próximo nível. As subidas e descidas na corda, com desviadores e fraccionamentos já não me colocam qualquer tipo de problemas.

Desta vez fui com um objectivo bem definido. Integrar uma equipa de quatro espeleólogos que para além de explorar alguns recantos da galeria fóssil, tinha a função de apoiar o António que queria escalar a parede terminal da galeria, de forma a atingir a passagem que se vislumbra lá no alto e que surge desenhada na topografia. Infelizmente, tal não foi possível, mas o trabalho de preparação da progressão para as próximas visitas levou um grande avanço.A galeria fóssil (assim designada por oposição à que apresenta um fluxo de água permanente) é de facto muito bonita e tem inúmeros aspectos de interesse. Gostei muito de rever a sala da corda antiga, que desta vez não nos impediu de continuar. A falta de água na superfície tem aqui algum impacto, já que os sifões identificados na topografia estavam todos acessíveis e pudemos com facilidade atingir o final da galeria topografada. Aqui, na sala terminal, já existia um pequeno lago na sua parte mais baixa e a continuação possível (e visível) é uma passagem a cerca de 12m de altura que será alcançada na próxima visita.
O que me impressiona nesta parte da Arroteia é a verticalidade da galeria. Paredes muito altas, lisas, com poucas formações,  permitem uma progressão fácil e arejada.
Ao contrário do que acontece no inicio da galeria em que temos de progredir apertados e que é uma verdadeira armadilha para material. A meio da galeria deixei cair uma corda, que parvamente não ia dentro de um kitbag, que só parou 5m lá em baixo numa fenda inacessível. Com muito engenho eu e o Nuno demos uso aos protectores de corda da Petzl e lá conseguimos recuperar a corda ... são estas coisas que nos relembram sempre que a concentração nestes ambientes deve estar no máximo ... sempre.

Por falar em apertado, no regresso, surgiu-nos pela frente na sala terminal a entrada da galeria inferior que liga as duas salas e que costuma estar inundada. Como só tinha água nos pés, fizemo-la toda. Aqui tivemos alguns apertos laterais mas é uma galeria bem divertida.

A Arroteia terá decerto mais visitas!

Ressalto de 3m na sala final
Sala da corda antiga
This is the end!













 

Equipa: António Devile (equipagem); Nuno Rodrigues, Telmo Miguel e Paulo Lopes (sherpa de mãos de manteiga).











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