Um dos prazeres de entrar numa gruta é observar a vida aí existente, numa perspectiva lúdica e apenas pelo prazer de observar e registar. Daí as minhas tentativas de criar uma listagem com um registo fotográfico do que observo (sobretudo o que consigo identificar). Tento também acompanhar, de uma forma simples, o que se publica relativamente a esta área da biologia - a bioespeleologia. Podem ler no site do NEUA uma pequena introdução a este ramo do conhecimento.
Entre a bicharada (perdoem-me a simplicidade do termo) que observo com mais frequência estão as aranhas. Normalmente parecem-me todas iguais, mas sei que a diversidade é grande e pode oferecer-nos muitas surpresas interessantes.
De facto, segundo Cardoso, P. (2012), neste artigo publicado no IJS e que podem obter aqui, existem 49 espécies de aranhas troglobiontes na Península Ibérica, das quais 37 são endémicas.
Hmmm espeleólogo será bom? |
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Para os mais distraídos, convém referir que as aranhas não são insectos. Formam uma classe de artropodes muito diversa, que inclui, para além das aranhas, os escorpiões, os ácaros e os pseudoescorpiões (para citar os grupos mais conhecidos).
Praticamente todos conhecemos a Meta bourneti [Araneae, Tetragnathidae] a, aparentemente, espécie de aranha mais comum nas grutas (pelo menos é a que eu observo com mais frequência) e cuja irmã Meta menardii foi precisamente nomeada a aranha do ano 2012.
Deixo aqui uma foto de um exemplar fotografado no Algar das Gralhas do Vale da Pena em Julho deste ano.
Meta bourneti (-6m - zona sem luz) |
Espécie não identificada. Algar do Vale da Pena (-8m, zona iluminada) |
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